domingo, 29 de janeiro de 2012

Ponta de Areia


Ponta de Areia, ponto final.
Da Bahia à Minas, estrada natural
que ligava Minas ao porto, ao mar.
Caminho do ferro mandaram arrancar.
Velho maquinista, com seu boné,
lembra o povo alegre que vinha cortejar.
Maria Fumaça não canta mais
para moças, flores, janelas e quintais.
Na praça vazia, um grito, um "Ai".
Casas esquecidas, viúvas nos portais.

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A saudade com que Milton e Fernando Brant temperaram esses versos, extraídos das lembranças dos que viveram ou ouviram histórias dos que viveram os tempos da estação de Ponta de Areia, se mistura à saudade que tenho dos tempos em que eu os cantava sob a regência e arranjos do mestre Egnaldo Paixão no extinto coral da Escola de Música Mestre Bugué... Kim, Salompas, Digão, Jorginho, Everton, Vanilson, Erli, Chiquinho... e todos os que já choraram cantando poesia...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Filosofias do Admirável I


"Eu nao posso me enquadrar. 
Eu acho que os artistas não precisam se enquadrar. 
A arte é um movimento que sai de dentro do seu espírito, da sua alma".

domingo, 15 de janeiro de 2012

Timidez


Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...

- mas só esse eu não farei.

Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...

- palavra que não direi.

Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,

- que amargamente inventei.

E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...

e um dia me acabarei