sexta-feira, 28 de junho de 2013
sábado, 1 de junho de 2013
Casulo
Em casulo de menino, vivia o homem. Parecia menino, sorria
menino, sonhava menino. Mas já deixara de o ser há tempos, sem perder a
essência, no entanto.
O casulo não condizia com o conteúdo, começara a pensar. E
galgou parti-lo, em busca dos sonhos que pudessem ser inalcançados por meninos.
Todos em prol de um, que podia se resumir em olhos e sorrisos profundos.
O que descobriu foi que, mais dia ou menos dia, o casulo
cairia em bandas. E que a conquista dos seus sonhos dependiam diretamente do
menino.
Se voltaria a sentir os olhos e o sorriso novamente, isso
ele não sabia. Mas o casulo também já não importava, pois descobriu também que
o menino lhe habitava no interior.
Enterrou seu casulo e seguiu. Soube que as coisas viriam por
merecimento e não por aparências.
Desalinho
Sobre o branco do papel
ainda madrugando
escrevo estas palavras sem vontade
alguma de escrever nada.
O universo aqui não cabe
com suas melodias intensas
acontecendo desde o princípio
do mundo até o fim...erros e acertos.
As letras vão sugerindo
frases de desalinhados nexos vazios,
vírgulas e pontos indecisos.
Tudo porque parte do que não quero expor
escondeu-se sob o que era branco,
onde escrevo estas palavras,
sem vontade alguma de escrever nada.
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