quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Balaio do Mestre I

Sou eu lá dentro.
A imagem que está no espelho
é indiferente, como os meus amigos


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Encontro

Cinza tarde fazia
de fria brisa insistente
E o olhar sorridente,
a um eu de distância,
com humilde elegância
cintilava, tão quente.

Poros e pelos tremiam
ameaça da chuva,
mas aquela ternura
me aquecia do frio,
da brisa e seu assobio
ressoados nos cantos da rua.

E o baixo muro apoiava
conversa e sorriso gratuito
enquanto o vento, no intuito
de testar aquela empatia,
soprava, voltava e se ia,
querendo fazer-se tão muito.

Trazia consigo, tão alva,
chumaços de neve bem fofa
(ciúmes dos cabelos da moça?)
que logo enxerguei algodão;
ao certo não sei a intenção,
a querência pela tarde nossa.

Sabática, tão bela tarde!
E essa sem embaraço!
Vivi cada segundo do abraço,
temporária despedida!
Desejosa em ficar, minha partida
consumiu-se em encantado laço.

E as saudades que sinto da moça
tem gosto de tão bela tarde!
Teus olhos no peito me arde,
querência de vê-los de novo
profundos, singelos, renovo,
encanto que em mim faz alarde!
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Nada marcado, pensado ou planejado. Pelo menos não por nós. E foi assim tão especial como jamais o seria se tivesse existido todo um cuidado para que essa tarde viesse.